O valor universal da água, no que diz respeito à sobrevivência da Humanidade e à importância que tem por exemplo para as questões energéticas e da regeneração do corpo, obriga a que cada um de nós deva tomar esse recurso como finito e o preserve em todas as formas de utilização. As cidades que o têm como recurso económico e identitário devem saber potenciá-lo como desenvolvimento, contribuindo assim para o desígnio universal. Este é um espaço de estas e de outras águas. De todas as águas.

2010-07-29

Águas de Saudade (2)

Há minutos, partiu com 98 anos quem mais me marcou na vida.
Uma imensa saudade de meu Avô, Manuel José Mangorrinha.
Parto de imediato para o nosso Alentejo.

2010-07-25

Caldas da Rainha: património das águas

Ontem de novo em lugar de destaque, numa das montras principais de uma livraria da Rua do Carmo, em Lisboa, o livro Caldas da Rainha: património das águas (Assírio & Alvim, 2005), que em boa hora se editou no âmbito do exercício político na Câmara Municipal das Caldas da Rainha.
Será que as últimas notícias sobre os perigos eminentes contra este património devolveram a esta edição uma nova razão para chegar junto dos leitores?
A propósito, transcrevemos deste livro um excerto do notável texto do professor Fernando Catarino, intitulado "A Propósito da Mata das Caldas", no capítulo "Uma visão de futuro", que refere o seguinte:
"É do equilíbrio e conjugação destes valores: históricos, ambientais e naturais que há-de surgir um novo ímpeto capaz de agregar a vontade e o empenhamento de todos, desde as estruturas da administração central e regional, as escolas, com relevo para as de ensino avançado, as empresas, as associações cívicas e a cada munícipe, num congregar de saberes e vivências e mantendo viva a memória do termalismo nas Caldas, a conserve e desenvolva com sustentabilidade.
Perante a expansão urbana e a mudança dos paradigmas socioeconómicos e tecnológicos com relevo para a vertente da educação superior, que fizeram das Caldas da Rainha um pólo de importância e centralidade inquestionáveis para todo o Oeste, há que olhar com determinação e esclarecida vontade para a salvaguarda da memória do sítio da Mata, marca maior na identidade local, mantendo e reforçando os valores estéticos e de lazer, mas também os paisagísticos e pedagógicos de tão amena e valiosa mancha verde para onde convergem as mais significativas radiais da estrutura urbana das Caldas."

2010-07-24

"Ampliação do Hospital é “contranatura” ao desenvolvimento do termalismo, dizem os Verdes"

Imagem: Visita de Os Verdes à Mata das Caldas da Rainha (in Gazeta das Caldas, 23 de Julho de 2010)

Transcrição do artigo de ontem de Fátima Ferreira sobre esta visita há dias aos espaços verdes das Caldas da Rainha, a propósito da audiência realizada na Assembleia da República e suscitada pela Carta Aberta referente ao pedido de não desagregação daqueles espaços relativamente ao restante património termal das Caldas da Rainha. Contudo, a eventual ampliação do Hospital Oeste Norte, em plena mata, também acabou por ser motivo de interesse por parte dos nossos visitantes.

Artigo da Gazeta das Caldas:

Dois dirigentes do partido ecologista Os Verdes estiveram na manhã de segunda-feira (19 de Julho) a visitar a Mata Rainha D. Leonor e o Parque D. Carlos I e manifestaram-se contra a ampliação do hospital das Caldas devido aos eventuais impactos negativos da obra nas captações de água termal.
Esta visita surgiu no seguimento da carta aberta enviada por um grupo de cidadãos aos partidos políticos, sendo Os Verdes o primeiros a visitar o local.
Joaquim Correia e Cláudia Madeira, dos Verdes, percorreram parte da Mata Rainha D. Leonor e o Parque D. Carlos I numa visita guiada pelo arquitecto (e ex-vereador caldense) Jorge Mangorrinha, um dos 15 subscritores de uma carta aberta entregue na Assembleia da República apelando à não desagregação daquele património do Hospital Termal.
O dirigente partidário Joaquim Correia considera que a ampliação do hospital trará problemas ao nível termal, de captação de aquíferos, e de “amputação” de parte da Mata. “Prevê-se que a parte amputada seja grande”, denuncia Joaquim Correia, defendendo a gestão integrada de todo o património termal.
O alargamento do hospital não é a melhor opção para os Verdes, que consideram que rede viária de apoio é “caótica” e não se adequa ao conceito de saúde que querem para o país. “Se calhar, custa tanto fazer a remodelação e ampliação, como a criação de um novo hospital onde os acessos viários sejam melhores”, dizem, defendendo a ultima opção.
Os dirigentes vão agora pedir explicações ao Ministério da Saúde sobre os projectos e os estudos feitos para a ampliação do hospital, assim como a sua viabilidade, pois consideram um “factor contranatura para o desenvolvimento do termalismo e das Caldas”.
Para Jorge Mangorrinha, um dos mentores da carta aberta, a hipótese de a ampliação do hospital para o interior da Mata Rainha D. Leonor pode “fazer perigar a integridade do espaço verde único em termos da sua origem e da sua dimensão nas cidades portuguesas”. O arquitecto refere ainda que a intervenção poderá ter impactos ambientais associados aos recursos aquíferos que ali existem e que são captados desde os anos 60. “Uma intervenção de construção civil naquele local pode perigar estes recursos”, disse, defendendo que a Direcção Geral de Energia e Geologia “deverá ter um papel importante na decisão”.
Jorge Mangorrinha lembra que a ideia inicial do Ministério da Saúde foi a criação de um hospital novo para os concelhos do Oeste Norte, numa zona de acessibilidades mais adequadas. E adianta que este revés no processo, optando pela ampliação tendo como justificação os custos, é “uma falácia” pois esta opção não sai mais barata.
Jorge Mangorrinha realça que não defendem a demolição do edifício do hospital Oeste Norte, no qual foram feitos grandes investimentos, mas a sua conversão num hospital de rectaguarda e num hospital especializado em reumatologia.
“Seria um factor de valor acrescentado e muito competitivo para esta região e para o país, na medida em que seria uma oferta única a este nível”, sustenta.
Os subscritores desta carta aberta defendem também que o legado histórico deste património, que nasceu das águas e da lógica termal há cinco séculos, deve manter-se numa mesma gestão.
Os subscritores da carta aberta já foram recebidos por três grupos parlamentares (Os Verdes, PCP e BE) tendo agora a visita de um deles. Esperam dentro de pouco tempo dar outros passos no sentido do Ministério da Saúde “poder reflectir melhor e não entregar parte deste património a outra entidade, que não se sabe qual é, mas que pode perigar em termos da sua lógica termal”, conclui Jorge Mangorrinha.

Pavilhões do Parque deverão continuar públicos

Os dirigentes dos “Verdes” também foram conhecer os pavilhões do Parque e consideram “um crime” o abandono a que aquele património está votado. “Isto deve ser requalificado, numa lógica que poderá ser de turismo, mas sempre englobado na questão termal e de desenvolvimento das Caldas”, disse Joaquim Correia.
Com uma posição assumida contra as privatizações, o dirigente partidário diz que o património deverá manter-se público, mas que poderá ser alvo de uma parceria para a sua recuperação.
“Poderá haver uma fundação ou uma parceria, mas que fique sempre salvaguardado que isto é um património de todos”, disse Joaquim Correia, acrescentando que os privados têm uma lógica completamente diferente da do Ministério da Saúde, pois “olham muito para o lucro fácil e às vezes não é para o bem da comunidade”.
Também Jorge Mangorrinha defende um rumo para os edifícios que são uma marca arquitectónica na cidade, que terá que ser pensado de “forma integrada”.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetacaldas.com

2010-07-23

Viajar! A República, a institucionalização do Turismo e as Termas em Portugal


Imagem: menu do IV Congresso Internacional de Turismo, ilustrado por Gilberto Ventura Renda, 1911

A institucionalização do Turismo em Portugal foi mais facilmente possível, nos termos em que decorreu, graças à implantação da República, meses antes.
Curiosamente, há 100 anos, as histórias de dois importantes edifícios associados às práticas termais cruzavam-se em datas próximas à implantação da República em Portugal. A 4 de Outubro de 1910, os Banhos de S. Paulo, em Lisboa, receberam o quartel-general dos conspiradores republicanos e, para o dia 6, estava prevista a inauguração pelo rei do majestoso Palace Hotel do Vidago.
Após a implantação da República, encarou-se o turismo como parte integrante da resolução dos problemas do país e como via para a aproximação à Europa. Em 1911, a agricultura portuguesa absorvia 57% da população e a indústria apresentava-se débil e desconcentrada; só 17,5% da população residia em centros urbanos.
Era um país fortemente ruralizado o que, em 1911, assistiu à criação da primeira Repartição de Turismo em Portugal e à pretensão do grupo Le Soleil de Lisbonne, encabeçado pelo capitalista Eduardo Coelho, em dotar Lisboa de um grande complexo turístico. Todavia, esta ambição viria a concretizar-se no Estoril, pela mão de outros investidores, liderados por Fausto de Figueiredo. Os contornos dos dois projectos eram semelhantes: a construção de hotéis, casino e outros equipamentos de lazer, rodeados de amplas zonas verdes.
Nas Caldas da Rainha, fora criada a Liga de Defesa e Propaganda, cujos propósitos passavam por: «Chamar às Caldas, como a mais importante das estações termais da península e a mais própria estação de Verão, a concorrência de nacionais e estrangeiros, fazendo larga propaganda das suas condições climatéricas, das suas belas águas, da sua situação como centro de excursões, do encanto dos passeios».
Mas a República viabilizaria, sobretudo, o grande projecto do Estoril. Desde logo, dando-lhe apoio político no Parlamento e, também, através do Conselho de Turismo, pelos seus relatores, arquitecto Ventura Terra e o director da Repartição de Turismo, José de Ataíde. A legislação hoteleira, de 1914, concedeu isenções a quem construísse hotéis com conforto semelhante aos melhores hotéis estrangeiros.
Mas, ao mesmo tempo, o país tinha dificuldade em sair do fraco desenvolvimento em termos de infra-estruturas e equipamentos que permitissem acessibilidades rápidas e confortáveis, o que influenciava a fraca procura turística. Note-se que apenas depois da I República se iniciaria a construção sistemática de estradas e, nos anos 40, do aeroporto, das gares marítimas e da remodelação dos transportes ferroviários. O mercado interno da hotelaria portuguesa era, até aos anos 30, dependente das camadas mais endinheiradas da sociedade, sendo que a maior parte dos fluxos de aquistas das termas portuguesas procurava unidades mais modestas, como pensões e casas particulares.
Em 1915, o arquitecto Raul Lino define um modelo típico de hotel português, neste caso para o sul, que inspira, mais tarde, a legislação de 1930 que, no seu preâmbulo, aconselha que os edifícios adaptados ou a construir de raiz se harmonizassem tanto quanto possível com o carácter regional ou nacional. A principal influência seria concretizada na construção das pousadas do Estado Novo, defendidas no I Congresso da União Nacional (1934) e no I Congresso Nacional de Turismo (1936).
Durante a I República, as termas portuguesas acabam por polarizar um território autónomo, onde se geriu um número apreciável de unidades hoteleiras, muito à custa do saber dos seus proprietários que incutiam nos empregados a arte de bem receber, já que era escassa a formação hoteleira e os trabalhos editados em Português sobre a matéria.
À escala do território, foi importante a criação de comissões de iniciativa, como aconteceu com a dinâmica Comissão das Caldas da Rainha, embora em muitos outros locais o seu papel não tivesse sido aquele que o legislador inicialmente pensou. Na Comissão das Caldas, destaque para o nome do coronel José António Ferreira Madaíl, personalidade da cultura portuguesa da primeira metade do século XX, autor de um guia turístico sobre as Caldas da Rainha (1911), director da Sociedade Propaganda de Portugal e fundador da Sociedade Industrial Farmacêutica (1923). Madaíl desenvolveu uma acção cultural significativa a favor da cultura regional caldense.
As comissões de iniciativa foram criadas pela Lei n.º 1152 de 23 de Abril de 1921, com o objectivo de promoverem quer o desenvolvimento de todas as estâncias hidrológicas ou termais e outras (praias, estâncias climatéricas, de altitude, de repouso, de recreio e de turismo) quer o incremento da indústria do turismo. As funções que lhes foram cometidas consistiam no zelo da área turística, na elaboração de projectos de melhoramento, na inventariação de vestígios históricos e na cobrança da respectiva taxa de turismo que era enviada ao Governo. As comissões de iniciativa foram extintas, já no Estado Novo, em Dezembro de 1936, e em seu lugar foram criadas as Juntas de Turismo que receberam o seu património.
Inaugurada que é hoje a exposição "Viajar", no âmbito do Centenário da República, reitera-se a importância de celebrar o Centenário da Institucionalização do Turismo em Portugal, em 2011, como oportunidade para relevar a importância desta actividade para a Cultura e para a Economia.

2010-07-21

"Bloco questiona riscos ambientais na ampliação do Hospital das Caldas"

Imagem: Platanal na Mata Rainha D. Leonor, in Caldas da Rainha: património das águas (Assírio & Alvim, 2005), fot. Valter Vinagre

Trancreve-se uma notícia sobre perguntas ao governo elaboradas pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, que se circunscreve à ampliação do Hospital Oeste-Norte, aspecto não mencionado na Carta Aberta:

Um grupo de cidadãos caldenses fez chegar a este Grupo Parlamentar uma reclamação fundamental contra a recente decisão de Governo de proceder apenas à ampliação do actual Hospital das Caldas, em vez de avançar para a construção de um novo Hospital para o Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON).
Esta decisão de substituir a construção de uma nova unidade hospitalar pela ampliação de um hospital existente não pode deixar de surpreender. Isto porque o próprio Conselho de Ministros, na sua Resolução de 6 de Agosto de 2009, que aprovou o Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (PROTOVT), no capítulo Equipamentos-Orientações, inscreve taxativamente como uma das suas directrizes para a Rede de Equipamentos e Serviços de Saúde “Criar o Centro Hospitalar do Oeste Norte (Centro Integrado de Cuidados de Saúde), que integra os Hospitais de Peniche, Alcobaça e Caldas da Rainha e concretizar a edificação da nova unidade hospitalar de forma a articular em rede as ofertas regionais e a obedecer à estratégia de concentração dos hospitais” (em itálico no original).
De sublinhar que essa nova unidade já tinha sido incluída no “Programa de Acção para os Municípios do Oeste e da Lezíria do Tejo”, aprovado em Resolução do CM publicado no DR, 1ª Série, nº 171, de 9 de Setembro de 2008, o qual tinha como objectivo reafirmar “o empenho em promover, em conjunto com os municípios mais directamente afectados pela alteração da localização do NAL, a criação de um instrumento de carácter estratégico que potenciasse novas condições para o desenvolvimento daquela região”. Nesse âmbito, surge na Ficha de Projecto MS.002 “a necessidade de um novo equipamento hospitalar de substituição dos actuais Hospitais das Caldas da Rainha, Peniche e Alcobaça”.
Neste contexto preciso, aprovado repetidamente e absolutamente indiscutível, é no mínimo surpreendente que o actual Ministério da Saúde tenha decidido pela “ampliação do actual Hospital das Caldas”, em flagrante violação dos compromissos anteriores.
Ainda por cima quando se vislumbram, ao nível ambiental, graves impactes negativos resultantes das obras indispensáveis à ampliação da unidade hospitalar, que passam por um aumento da impermeabilização do solo numa zona que pode atingir o aquífero termal das Caldas e pela destruição parcial da Mata da Rainha D.Leonor e do parque natural, fruto das novas acessibilidades e parques de estacionamento que deverão ser construídos. Tudo isto, sem que se tenha realizado o exigível Estudo de Impacte Ambiental (EIA) para se saber, com rigor, quais e qual a dimensão dos impactes ambientais.
Neste sentido, o Bloco de Esquerda questiona o Governo, através do Ministério da Saúde, sobre:

1. Como justifica o Ministério uma tão flagrante violação de compromissos quanto à necessidade de construção de uma nova unidade no âmbito da “requalificação da Rede Hospitalar” da Região Oeste, tal como o Governo fez questão de aprovar, pelo menos, no PROTOVT e no “Programa de Acção para os Municípios do Oeste e da Lezíria do Tejo”?
2. Que implicações pode ter esta decisão de não construir um novo hospital para o CHON e de apenas ampliar o hospital das Caldas, nos actuais hospitais de Peniche e Alcobaça? Vão estes hospitais ser sujeitos a alguma remodelação?
3. Está o Ministério da Saúde ciente das consequências que poderá ter ao nível ambiental a decisão de ampliação do Hospital das Caldas, nomeadamente no Parque D. Carlos I, e relativamente ao qual se anuncia a amputação de oito mil metros quadrados de árvores da Mata da Rainha Dona Leonor, bem como a violação do perímetro de segurança do aquífero de água mineral termal, o qual constitui a âncora da própria existência do Hospital Termal?
4. Porque razão o Governo, antes da decisão, não estudou primeiro todas as implicações da solução de ampliação versus um novo hospital, nomeadamente através de um Estudo de Impacte Ambiental (EIA) que permitisse identificar e avaliar com rigor todos os impactes, e decidir após a indispensável recolha de opiniões dos e das caldenses, bem como de todo e qualquer cidadão interessado?
(Pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, assinam os deputados Heitor de Sousa e João Semedo, no Palácio de S. Bento, em 20 de Julho de 2010)

"Criticada ampliação do hospital das Caldas"

Imagem e artigo publicados, ontem, no jornal Público:

O partido ecologista Os Verdes discorda da ampliação do hospital das Caldas da Rainha e vai questionar o Ministério da Saúde sobre os impactos da obra para captações de água termal.
"A ampliação do hospital não é a melhor opção", sustenta o partido, acrescentando que vai questionar o Ministério da Saúde no sentido de perceber que estudos suportam a ampliação. Os dirigentes dos Verdes, Joaquim Correia e Cláudia Madeira, visitaram a mata e o Parque D. Carlos I na sequência da entrega na Assembleia da República de uma carta aberta (assinada por 15 subscritores) apelando à não separação daquele património do hospital termal considerando que tal poderá "pôr em risco uma área vital, a ser protegida e valorizada". Após a visita, os Verdes associam-se às preocupações dos autores da carta alertando para "os problemas que a ampliação poderá trazer para o perímetro de protecção do aquífero termal e para o perigo de grande parte da mata ser amputada". Além da proximidade às captações de água termal, um dos mentores da carta, Jorge Mangorrinha, contesta o facto de o projecto de ampliação prever "o derrube de árvores" na "maior mata de plátanos do país" integrada nos cerca de 30 hectares de património afecto ao ministério da Saúde. Em alternativa à ampliação, Jorge Mangorrinha defende a construção de um novo hospital Oeste-Norte e a requalificação do actual edifício num hospital de retaguarda especializado em reumatologia e com ligação ao hospital termal. (artigo de Pedro Cunha)

Acrescente-se que o teor da Carta Aberta não refere a ampliação do Hospital Oeste-Norte, limitando-se à eventual desagregação de património por parte do Ministério da Saúde. O tema da ampliação é posterior, mas não deixa de ser complementar quanto às nossas preocupações: os impactes paisagísticos vão ser brutais, independentemente da dimensão da apropriação de terrenos de mata e do corte de árvores em volta do actual Hospital Oeste-Norte, isto para além da perigosidade relativamente aos aquíferos, que são, desde a década de 1960, captados nesta mata, a partir do momento em que as águas emergentes dentro do hospital termal deixaram de ser utilizadas para balneoterapia e inalações. Sublinhe-se que a Mata Rainha D. Leonor, para além de possuir o maior platanal da Península Ibérica, tem um património de flora muito mais vasto e, também, condições singulares de nidificação de aves.

2010-07-19

Pela Mata e pelo Parque das Caldas da Rainha

Imagem: Momento das entrevistas a um dos elementos representantes do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes, realizadas pela Agência Lusa, Antena 1 e Gazeta das Caldas, durante a visita efectuada à Mata e ao Parque, com a presença de subscritores da Carta Aberta (foto Jorge Mangorrinha)

Decorreu, durante toda esta manhã, a visita à Mata e ao Parque das Caldas da Rainha, a pedido do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes.
Tal como acontecera na Assembleia da República, os representantes de Os Verdes reiteraram o seu interesse em conhecer melhor este património e indagar de imediato junto das entidades governamentais sobre o ponto de situação do conteúdo expresso na nossa Carta Aberta, designadamente a eventual desagregação dos espaços verdes do restante património termal.
Cumulativamente, foi dado grande enfoque, por parte dos visitantes, à ampliação do Hospital Oeste Norte, a qual impõe presumivelmente um indesejável impacte paisagístico na Mata.
Entretanto, a consciencialização acerca destes problemas cresce junto de mais pessoas, algumas das quais têm expressado as suas opiniões em diferentes órgãos de comunicação social.

2010-07-17

O Culto do Espírito nas Termas

Imagem: Capela das Termas do Luso

Faz parte da história do termalismo que ao culto da água e do banho se associe o culto religioso. Daí que em muitas termas portuguesas se tivessem construído capelas junto aos balneários termais.
No Encontro da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana e secretariados diocesanos, realizado há dias sob o título “Turismo: oportunidades de evangelização”, as conclusões expressam a proposta do padre Carlos Alberto Godinho, pároco do Luso, que apresentou algumas perspectivas de pastoral das termas. Dado que actualmente há uma procura crescente das termas como locais de férias e de recuperação da saúde, propôs, designadamente, que as paróquias onde se localizam as termas, em rede e colaboração mútua, devem elaborar o seu projecto pastoral, tendo em conta os termalistas, na sua situação de saúde e necessidades espirituais; criar estruturas de acolhimento e acompanhamento em locais acessíveis aos termalistas, em colaboração com os responsáveis das estâncias termais, e preparar voluntários da comunidade paroquial para isso; aproveitar a beleza natural dos locais das termas, que atrai muitos visitantes, como oportunidade de evangelização; promover informação adequada dos serviços ordinários das paróquias, incluindo propostas de iniciativas pastorais para os termalistas.
Digo eu que, se queremos que, no campo da saúde, as termas sejam espaços para todos, e não apenas para aquistas idosos ou em contrapartida para ricos que podem pagar programas complexos de bem-estar, esta é uma proposta a respeitar e considerar, independentemente da crença de cada qual. E, também, é dar continuidade à função essencial deste património religioso legado, parte integrante dos conjuntos termais.

2010-07-11

Madrid (2)


É o dia em que todos os espanhóis se orgulham pelo feito conseguido pela primeira vez na sua história. Há dias, Madrid era uma cidade que começava a vibrar com o feito dos seus jogadores, ao mesmo tempo que mantinha o cosmopolitismo de sempre e as atracções que a fazem uma cidade única, uma cidade que sabe viver a rua, uma cidade que nos dá tanto que quase faz esquecer o seu cinza urbano e o cheiro a dióxido de carbono das avenidas mais intensas, porque ao contrário de Lisboa o vento não corre. Selecciono Madrid em 10 dos meus passos de há dias, muitos outros ficam no meu álbum de imagens.



1. O Terminal 4 do Aeroporto de Barajas é uma das obras mais recentes e interessantes desta tipologia arquitectónica (Estudio Lamela e Richard Rogers Partnership, com os engenheiros da Initec e da TPS), aberto em Janeiro de 2006, onde o aço, o bambu, o desenho curvilíneo da cobertura e a funcionalidade são protagonistas. Trata-se de um aeroporto capaz de concentrar operações e ligações com funções distributivas múltiplas e de ser utilizado eficazmente pelas companhias aéreas para conectar os voos continentais e transoceânicos, num grande ponto de conexão entre Europa e América.



2. Há os escritores de todas as épocas e as livrarias que vendem dos mais antigos aos mais recentes livros. Percorremos de tudo. Esta era a casa de Cervantes, em Madrid. Numa das ruas do Bairro de Las Huertas, a referência ao poeta não passa despercebida, mesmo estando ao nível de um primeiro andar. Depois de uma vida atribulada, Cervantes começou a escrever a sua principal obra, O engenhoso fidalgo dom Quixote de La Mancha, já no início do século XVII, quando esta era a sua residência na capital e que foi sua até à morte. Este Bairro é um poço de cultura. Na Calle de las Huertas, há no chão inscrições de frases de autores que viveram em Madrid, como Cervantes.



3. Nas maiores livrarias de Madrid, homenageia-se José Saramago. Não era difícil ver nas mãos dos compradores espanhóis um livro do escritor português, muito querido em Espanha. Acerca do Iberismo, lembro as suas palavras de há precisamente três anos: “Não vale a pena armar-me em profeta, mas acho que acabaremos por integrar-nos. (…) Culturalmente, não (…) Observamos um conjunto, que não está partida [a Península Ibérica] em bocados e que é um todo que está composto de nacionalidades, e em alguns casos de línguas diferentes, mas que tem vivido mais ou menos em paz. Integrados o que é que aconteceria? Não deixaríamos de falar português, não deixaríamos de escrever na nossa língua e certamente com dez milhões de habitantes teríamos tudo a ganhar em desenvolvimento nesse tipo de aproximação e de integração territorial, administrativa e estrutural.” (DN, 15 de Julho de 2007)



4. Os cafés são lugares de escritores e de artistas. Madrid tem o Café Central, à entrada do Bairro de las Huertas, no número 10 da Plaza del Ángel. Ao almoço, come-se maravilhosamente, e barato se se escolher o menu do dia, preparado pelo afamado cozinheiro Rolando Pagtakhan, ao som do jazz, gravado ou à noite ao vivo. Desde 1982 que uns amigos alugaram o espaço, onde tinha existido desde 1908 uma das maiores lojas de objectos de vidro, cristal e espelhos. Até à actualidade, por ali passaram muitíssimos grupos de jazz. A não perder! A voltar, sempre!



5. Desde o Café Central para nascente, atravessando o Bairro de las Huertas, chegamos à zona dos grandes museus madrilenos. Desta vez, as exposições temporárias “Ghirlandaio e o Renascimento em Florença” (Museo Thyssen-Bornemisza) e “Turner e os Mestres” (Museo Nacional del Prado). No primeiro caso, é deslumbrante a obra destes mestres florentinos, onde se destaca o “Retrato de Giovanna degli Albizzi Tornabuoni”, de Domenico Ghirlandaio, a principal imagem icónica da sua obra e desta exposição, onde também tem destaque o “Retrato de uma jovem”, da colecção do Museu Calouste Gulbenkian. No segundo caso, uma das proposta actuais do Museo Nacional del Prado é a exposição em que J.M.W.Turner é o pretexto para trazer os seus mestres oitocentistas, precursores da modernização da pintura de paisagem. Entre o Thyssen e o Prado, não esquecer almoçar no excelente restaurante do primeiro.



6. Paragem ainda no Museo Reina Sofía, para ver a exposição “Novos Realismos 1957-1962: estratégias do objecto, entre readymade e espectáculo”. Esta exposição define-se como um marco temporal, onde se fez transformações experimentais profundamente estratégicas e influenciadoras para a produção artística. Tratou-se de um curto período em que o pop e o minimal, com a utilização do realismo de objectos comuns e quotidianos, irromperam, sujeitos a intensas críticas, mas que marcariam o fim do modernismo e o início do pós-modernismo (imagem: “Bebida Loca”, 1960, Corice Arman, caixa com caricas).



7. Este ano, La Gran Via perfaz 100 anos. As obras começaram a 4 de Abril de 1910, com a presença do rei, depois de largos anos de projecto para demolições e novos edifícios. É uma das principais artérias de Madrid, entre a Calle Alcalá e a Plaza de España. Ao seu esplendor arquitectónico, associa-se também a vibrante vida comercial e turística. Tem, para além de tantas lojas de marca, uma das maiores livrarias de Madrid, a Casa del Libro, criada em 1923. A Calle La Gran Via é o traço de separação entre duas das mais frequentadas zonas de Madrid, a dos Preciados e o Bairro de la Chueca. O comércio deste último é mais surpreendente, embora nos pareça que ainda é à volta da primeira que muito comércio popular se instala e vive.



8. Na bifurcação da Gran Via com a Calle Alcalá, o Circulo de Bellas Artes é um espaço para exposições, teatro, sessões de música ou simplesmente tomar um café ou uma água mineral. O Circulo foi fundado em 1880 e desde 1921 está declarado “Centro de Protección de las Bellas Artes y de Utilidad Pública”. É um dos centros privados de criação, difusão e gestão cultural mais importantes de Espanha. Tem patente as exposições: “PhotoEspaña 2010. László Moholy-Nagy. El Arte de la Luz”, até 29 de Agosto, e “Madrid, Oh Cielos!”, até 5 de Setembro.



9. O Mercado de San Miguel, perto da Plaza Mayor, é um edifício desenhado pelo arquitecto Alfonso Dubé y Diez e inaugurado em 1915, inspirado estilisticamente em mercados europeus, como o de Las Halles, em Paris. Foi intervencionado recentemente para ser um centro de comida tradicional. É muito interessante a reconversão, mas é preciso ter alguma paciência, em horas de ponta, quando turistas e madrilenos se aglomeram junto das bancadas em busca de uma cerveja refrescante ou dos diversos petiscos.



10. Em contrapartida, preferimos o Lateral, restaurante madrileno onde melhor se servem as tapas, localizado em cinco pontos diferentes da capital. Desta vez, repetimos a sala da Plaza de Santa Ana. Tem um senão: para grupos, é desconfortável para os clientes a optimização do espaço por parte da gerência. Mas as tapas são insubstituíveis!

Hasta la vista!

2010-07-10

Águas Turvas (6): os Provincianos

Pela mão amiga de Lourdes Féria, acabo de receber esta prosa de José António Saraiva, director do Sol. Se o autor procurar, muitos mais "provincianos" por aí existem a turvar as águas deste país.
A propósito deste provincianismo, lembro o post que, em tempos, coloquei neste mesmo espaço, dedicado ao caciquismo: http://aoencontrodasaguas.blogspot.com/search/label/caciquismo
Os dois completam-se!

Os Provincianos

O Processo chamado “Face Oculta” tem as suas raízes longínquas num fenómeno que podemos designar por “deslumbramento”. Muitos dos envolvidos no caso, a começar por Armando Vara, são pessoas nascidas na Província que vieram para Lisboa, ascenderam a cargos políticos de relevo e se deslumbraram. Deslumbraram-se, para começar, com o poder em si próprio. Com o facto de mandarem, com os cargos que podiam distribuir pelos amigos, com a subserviência de muitos subordinados, com as mordomias, com os carros pretos de luxo, com os chauffeurs, com os salões, com os novos conhecimentos. Deslumbraram-se, depois, com a cidade. Com a dimensão da cidade, com o luxo da cidade, com as luzes da cidade, com os divertimentos da cidade, com as mulheres da cidade.
Ora, para homens que até aí tinham vivido sempre na Província, que até aí tinham uma existência obscura, limitada, ligados às estruturas partidárias locais, este salto simultâneo para o poder político e para a cidade representou um cocktail explosivo. As suas vidas mudaram por completo. Para eles, tudo era novo - tudo era deslumbrante. Era verdadeiramente um conto de fadas - só que aqui o príncipe encantado não era um jovem vestido de cetim mas o poder e aquilo que ele proporcionava. Não é difícil perceber que quem viveu esse sonho se tenha deixado perturbar.
Curiosamente, várias pessoas ligadas a este processo “Face Oculta” (e também ao “caso Freeport”) entraram na política pela mão de António Guterres, integrando os seus Governos. Armando Vara começou por ser secretário de Estado da Administração Interna, José Sócrates foi secretário de Estado do Ambiente, José Penedos foi secretário de Estado da Defesa e da Energia, Rui Gonçalves foi secretário de Estado do Ambiente. Todos eles tiveram um percurso idêntico. E alguns, como Vara e Sócrates, pareciam irmãos siameses: Naturais de Trás-os-Montes, vieram para o poder em Lisboa, inscreveram-se na universidade, licenciaram-se, frequentaram mestrados. Sentindo-se talvez estranhos na capital, procuraram o reconhecimento da instituição universitária como uma forma de afirmação pessoal e de legitimação do estatuto.
A questão que agora se põe é a seguinte: por que razão estas pessoas apareceram todas na política ao mais alto nível pela mão de António Guterres? A explicação pode estar na mudança de agulha que Guterres levou a cabo no Partido Socialista. Guterres queria um PS menos ideológico, um PS mais pragmático, mais terra-a-terra. Ora estes homens tinham essas qualidades: eram despachados, pragmáticos, activos, desenrascados. E isso proporcionou-lhes uma ascensão constante nos meandros do poder. Só que, a par dessas inegáveis qualidades, tinham também defeitos. Alguns eram atrevidos em excesso. E esse atrevimento foi potenciado pelo tal deslumbramento da cidade e pela ascensão meteórica.
Quando o PS perdeu o poder, estes homens ficaram momentaneamente desocupados. Mas, quando o recuperaram, quiseram ocupá-lo a sério. Montaram uma rede para tomar o Estado. José Sócrates ficou no topo, como primeiro-ministro, Armando Vara tornou-se o homem forte do banco do Estado - a CGD -, com ligação directa ao primeiro-ministro, José Penedos tornou-se presidente da Rede Eléctrica Nacional, etc. Ou seja, alguns secretários de Estado do tempo de Guterres, aqueles homens vindos da Província e deslumbrados com Lisboa, eram agora senhores do país. Mas, para isso ser efectivo, perceberam que havia uma questão decisiva: o controlo da comunicação social. Obstinaram-se, assim, nessa cruzada. A RTP não constituía preocupação, pois sendo dependente do Governo nunca se portaria muito mal. Os privados acabaram por ser as primeiras vítimas. O Diário Económico, que estava fora de controlo e era consumido pelas elites, mudou de mãos e foi domesticado. O Sol foi objecto de chantagem e de uma tentativa de estrangulamento através do BCP (liderado em boa parte por Armando Vara). A TVI, depois de uma tentativa falhada de compra por parte da PT, foi objecto de uma “OPA”, que determinou a saída de José Eduardo Moniz e o afastamento dos ecrãs de Manuela Moura Guedes. O director do Público foi atacado em público por Sócrates - e, apesar da tão propalada independência do patrão Belmiro de Azevedo, acabou por ser substituído. A Controlinvest, de Joaquim Oliveira (que detém o JN, o DN, o 24 Horas, a TSF) está financeiramente dependente do BCP, que por sua vez depende do Governo.
Sucede que, na sua ascensão política, social e económica, no seu deslumbramento, algumas destas pessoas de quem temos vindo a falar foram deixando rabos-de-palha. É quase inevitável que assim aconteça. O caso da Universidade Independente, o Freeport, agora o “Face Oculta”, são exemplos disso - e exemplos importantes da rede de interesses que foi sendo montada para preservar o poder, obter financiamentos partidários e promover a ascensão social e o enriquecimento de alguns dos seus membros. É isso que agora a Justiça está a tentar desmontar: essa rede de interesses criada por esse grupo em que se incluem vários "boys" de Guterres. Consegui-lo-á? Não deixa de ser triste, entretanto, ver como está a acabar esta história para alguns senhores que um dia se deslumbraram com a grande cidade. Esta é a forma mais eloquente de definir um parolo provinciano com tiques de malandro, mas sempre de mão estendida, pior que os arrumadores que uma vez na vida se revelam minimamente úteis independentemente do ar miserável como se apresentam e se comportam quando não se lhes dá a famigerada moedinha.

2010-07-05

Águas de Saudade


Guardo na memória os bons tempos passados em férias e natais na casa dos meus avós maternos, em Montes Velhos, Alentejo, junto a esta barragem do Roxo que, em boa hora, nasceu e irrigou os nossos campos de alimento. Desde Madrid, a nossa difícil homenagem a Maria Júlia, avó de 95 anos, que ontem partiu e hoje se chora em seu último momento, mas de quem guardaremos eterna saudade.

2010-07-01

Madrid


Madrid está por estes dias acalorada de gente e clima. No regresso, aqui farei crónica destes dias, sempre incompleta, porque difícil é escrever sobre toda a intensa vida quotidiana por que passamos, uma vez mais, em busca da novidade, relativamente às vindas anteriores, e das diferenças com Lisboa.

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